Mostrando postagens com marcador Teatro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Teatro. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Mês da Consciência Negra no Sesc

O ator Preto Amparo encenando o espetáculo "Violento"
O dia 20 de novembro foi feriado na cidade de São Paulo: dia da Consciência Negra. Para comemorar esta data, os espaços do Sesc dedicam todo o mês de novembro a espetáculos musicais, artes cênicas, rodas de capoeira, brincadeiras e danças de origem africanas, com o objetivo de mostrar um pouco da imensa influência da cultura negra em nosso país, tantas vezes minimizada pelo preconceito da Casa Grande.

Dentro da programação consta o curso “Identidades Negras e Narrativas Corporais”, que é dirigido pelo ator e bailarino Edson Raphael. É uma Oficina de Dança Contemporânea, que tem como objetivo estimular a investigação das narrativas corporais com base em vivências pessoais e coletivas de autorreconhecimento negro. São quatro encontros acompanhados de danças afro-brasileiras tradicionais e contemporâneas.

Nas artes cênicas, se destaca o espetáculo “Violento”, de Minas Gerais, que apresenta um jovem frente aos desafios de ser negro na sociedade atual. Esta performance, dirigida por Alexandre de Sena e encenada pelo ator Preto Amparo, ficará em cartaz até 18 de dezembro. Nela, se narra a trajetória de um jovem negro, que é abordado por policiais e vê seus iguais sendo encarcerados em massa e assassinados em massa. Outros espetáculos serão “Gbé ou Quando o Corpo Renasce” e “Leite derramado”, que chama a memória das mães pretas forçadas a abandonar seus filhos para cuidar dos filhos brancos das patroas das famílias dos senhores de engenho.

As Rodas de Capoeira também farão parte da programação do Sesc, convidando o público a praticar essa modalidade, conduzida de forma lúdica e prazerosa. Também terão dias dedicados às histórias de origem africana, como “Os Gêmeos que fizeram a morte dançar”, uma narrativa inspirada na obra do escritor Reginaldo Prandi, especialista em tradição yorubá; “Passando de raspão”, uma história em que um velho mestre de capoeira ajuda uma menina de 11 anos a enfrentar as tempestades da vida com sabedoria e malemolência, falando sobre o instrumento musical reco-reco. “O Agogô de Ogum” é outra narrativa que traz o instrumento musical Agogô, o qual conta os mitos do Orixá Ogum, ensinando a importância do ritmo e da sabedoria do tempo.

Na programação consta também momentos de convivência, com jogos e brincadeiras originárias da cultura africana, assim como danças folclóricas, como o Maculelê. No cinema, também há uma seleção de filmes de cineastas negros ou sobre temática negra, para todas as idades. Entre eles “Yemoja, a Criação das ondas”, de Célia Harumi Seki (animação), “Fábula da vó Ita”, de Thallita Oshiro Meireles e Joyce Prado e “Dara - a primeira vez que fui ao céu”, direção de Renato Candido.

Outras informações podem ser obtidas no Portal Sesc.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Delacroix, o mais legítimo dos filhos de Shakespeare

Autorretrato de Eugène Delacroix como Hamlet.
Junto com a celebração de 450 anos do nascimento de William Shakespeare, o Museu Delacroix, em Paris, expõe obras de Eugène Delacroix, numa mostra intitulada “Delacroix, o mais legítimo dos filhos de Shakespeare”. A exposição vai do dia 26 de março até 31 de julho de 2014.
“Selvagem contemplador da natureza humana”, segundo as palavas de Delacroix, Shakespeare teve um lugar particular na criação do artista. Por isso, o Museu Delacroix está apresentando pela primeira vez um conjunto de litogravuras da série “Hamlet”, assim como as pedras onde Delacroix desenhou seus originais.
"Hamlet e Horacio diante dos coveiros",
litogravura de Delacroix
Pintor culto, grande leitor de literatura, Eugène Delacroix também era um assíduo frequentador do teatro. Entre os anos 1820-1830, quando houve um renascimento da cena teatral em Paris, Delacroix, além de frequentar as peças, também passou a estudar as novas teorias que surgiam em relação ao papel do ator. Novas peças de Diderot foram encenadas. Em seu jornal, Delacroix não deixa de comparar as habilidades do ator com aquelas do pintor: “A execução na pintura deve sempre considerar a improvisação, e aqui está um ponto de convergência com o que faz um ator no teatro”.
Em setembro de 1827, o jovem Delacroix assiste a uma das representações da peça “Hamlet” no teatro Odeon, onde a célebre atriz inglesa Harriet Smithson fez o papel de Ophelia, e deixou o público francês impressionado com sua representação. Ele tinha acabado de chegar de uma viagem de Londres junto em visita a seus amigos pintores Thales e Newton Fielding.
A morte de Polonius, Ato III, Cena IV,
litogravura de Delacroix
O fascínio de Delacroix pela figura de Hamlet, um príncipe sensível e atormentado, foi profunda. Desde o começo dos anos 1830 ele tinha tido a ideia de consagrar a este personagem da peça de Shakespeare uma série de litogravuras, como o fez para ilustrar a tradução francesa do “Fausto” de Goethe em 1827.
Então o Museu Delacroix está trazendo ao público a oportunidade de ver de perto o conjunto de pedras litográficas desenhadas pelo artista, assim como as pranchas impressas por ele. Neste ano de 2014 se completam 450 anos do nascimento de William Shakespeare e esse museu celebra, desta forma, esta efeméride tão importante para o mundo do teatro e da literatura. As obras de Delacroix expostas desta vez raramente têm sido expostas.
"Romeu e Julieta no túmulo dos Capuleto", pintura de Delacroix