quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Viagem à Europa - 25/12/08 a 16/01/09

Europa 2008/09

BERLIM
Quando passamos uns 8 dias seguidos pela mesma calcada, começamos a reconhecer muita coisa: as pedras, o calçamento, a neve que vai se acumulando em certas partes quando começa a derreter na superfície, a mesma velhinha que sai toda bonitinha e muito agasalhada empurrando seu andador que tem rodinhas... Ela vai, como eu, ao supermercado. Nunca a encontrei por lá porque eu sempre a ultrapasso, mas já vi, num dia em que eu saia, ela entrando. Deve morar sozinha, deve ter filhos e netos por aí, mas já deve viver ha muito tempo em Bundesplatz e como toda velhinha - e todo gato - se apega ao lugar e não quer sair.

O dia hoje amanheceu claro, e gelado. Minha última manhã em Berlim nesta temporada. Daqui a uma hora precisamos sair para a estação Hauptbanhof para pegar o trem para Amsterdam. Mas amanheci com uma certa melancolia de ir-me embora daqui, por não sei quanto tempo... Será que volto? Conto com isso!

Para ir comprar pão, todos os dias, ou sair para fazer qualquer coisa fora de casa, o ritual de se vestir é muito demorado. Primeiro as meias. Se sua bota tem isolante térmico, tudo bem, uma meia só basta. Desde que a bota seja forrada com lã de carneiro... Mas se nem tem isolante térmico e nem é forrada, são necessárias umas três meias, o que faz o pé ficar gordo, e para entrar no calçado é difícil. Depois das meias, coloca-se uma calça comprida colada ao corpo como uma segunda pele. A que eu tenho é muito boa, mantém a pele aquecida. Por cima dela uma calça jeans, sempre. Já que não trouxe outro tipo de calça grossa. A blusa inicial é também uma segunda pele, térmica. Mas por cima ponho uma blusa de algodão, depois um casaco de lã grossa, ou dois casacos de lá se forem finos. Ou seja, você já está com 4 blusas a esta altura. No pescoço, o cachecol é obrigatório, ninguém suporta andar sem cachecol aqui! E tem que ser de lá grossa também para aguentar os -9 graus que encontramos em Varsóvia. Ou mesmo para os -5 graus daqui. Com -3 graus o cachecol pode ser de lã mais fina, ou de flanela, mas pesado. Completando o vestuário para sair na rua (mesmo que seja para ir na padaria comprar um simples pãozinho) você coloca um casaco bem quente, ou de lá ou que seja reforçado por dentro com alguma coisa que te mantenha muito aquecido. Para terminar, as luvas, grossas, claro. E um gorro de lã grosso na cabeça, porque por mais cabelo que você tenha, eles parecem que congelam... Agora tudo bem, estamos prontos para ir comprar um pão, ou para sair para passear o dia inteiro, como fazemos. Mas nesse passeio, não dá para ficar meia hora direto andando na rua gelada e tomando cuidado para não escorregar nas calcadas cheias de neve... A cada 20 ou 30 minutos é absolutamente fundamental entrar em algum lugar, qualquer lugar. Aqui tudo tem calefação, de igrejas a bancas de jornal. Então é um alivio quando estamos quase não suportando mais o frio lá fora, mesmo com todo o aparato de roupas que descrevi, e a gente entra num lugar quentinho.

Uns 10 minutos lá dentro é suficiente para que estejamos bem aquecidos de novo e dai suportar mais uma meia hora de caminhada pelas ruas...O sistema de transporte publico aqui é muito bom! Ha uma rede de trem e metro e ônibus que faz com que você possa ir a qualquer lugar de Berlim de forma rápida e tranquila. Nunca estão muito lotados, porque as opções são muitas.

Dentro, você ve gente de todo tipo, mais Alemães, claro. E mesmo do tipo Alemão você encontra figuras das mais variadas. Desde senhores altos, grandes, com sobretudos escuros, ate senhorinhas arrumadinhas e friorentas. Também trabalhadores, como o que vi ontem, todo sujo de tinta branca na roupa, comendo um kebab dentro do trem, que aqui ninguém liga para isso.

Alias, aqui ninguém liga para nada. Ninguém repara se você está bem ou mal arrumado, despenteado, louco. Aqui você pode ser o que quiser e tudo bem. Já vi meninas e rapazes com cabelos dos jeitos e cores mais estranhos, e tudo bem. Pessoas vestindo roupas bizarras, punks cheios de adereços nas roupas e nos cabelos, e tudo bem. As pessoas são quietas, quase não ouvimos ninguém falar alto ou dar risada. Ontem fomos ao barzinho em que o dono adora grafites e observamos que aqui também nos bares as pessoas não se importam se você está sozinha ou acompanhada, se conversa ou não, se entra e fica lá a tarde toda tomando um único café ou se toma uma cerveja e sai... Vimos um casal sentado a uma mesa, um de frente do outro, cada um com seu laptop (aqui tem wifi em todo canto) e durante as 3 horas que ficamos lá tomando cerveja de 400 anos de idade, alemãs, artesanais, deliciosas, só vimos eles trocarem uma conversa rápida uma única vez. E enquanto estivemos lá chegaram mocas com seus laptops, pediam alguma bebida, ficavam um pouco e iam embora... E outros ficavam... E chegavam e saiam... Parece que aqui ninguém se importa se for sozinho... Os Alemães tem fama de gente intelectual, que pensa o mundo, a vida. Aqui deu para ver isso perfeitamente. Além disso tudo é muito bom passar por calcadas que contém tanta história! E estou indo. Agora só falta meia hora.

Preciso terminar de arrumar a mala e despedir do Norbert, nosso amigo Alemão, que nos recebeu em casa a 20 euros por dia, eu e a Gabi. Um Alemão que fala espanhol e muito amável. Volto para Amsterdam.

Postado por Mazé Leite às 01:42  Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009



Hoje deixamos o quarto da Gabi arrumado, lá em Tempelhof, Warther Straße. Também fomos na universidade e ficamos conhecendo as salas onde acontecem os cursos de língua Alemã. As aulas começam em 15 de fevereiro, mas as inscrições são uns dias antes. O campus da Universidade Técnica é muito legal, fica na rua 17 Juni, são vários prédios, muitos estudantes andando pelas ruas, todos super agasalhados porque o frio ainda é forte por aqui, apesar de ter chegado hoje a -3 graus, o mais quente dos ultimos dias... Em Amsterdam hoje fez 5 graus e isso é o sonho de quem está aqui na temperatura abaixo de zero... Mas a neve devagarinho começou a derreter nas ruas e carros e telhados. As calcadas estão menos escorregadias...

Mas queria falar da Vicky. Uma venezuelana que mora aqui ha 4 anos, não fala nada de Alemão mas é casada com um e tem 2 filhos pequenos. Foi ela quem nos trouxe ate aqui na casa do Norbert, o Alemão que nos hospedou, e foi ela que arrumou o quarto para Gabi. Ela é super disponível! Leva a gente nos lugares e tudo! É artista plástica, pinta uns quadros meios abstratos, promove exposições com artistas latinos aqui em Berlim e quando descobriu que eu trabalho com design gráfico já me pediu para diagramar o catalogo da próxima exposição dos artistas aqui em Berlim. Vou fazer isso quando chegar ao Brasil, mas gostei muito pela oportunidade do contato e das portas que pode abrir. Alias, a Vicky daria uma excelente empresaria, ela é do tipo que faz de tudo um pouco, é ligada no 220 volts, tem mil contatos, mil projetos, etc. Além de cuidar da casa, do marido Alemão e dos dois pequenos. E também é um pouco corretora de imóveis aqui, ganha uma porcentagem pelos imóveis que aluga, ou para estudantes ou para estrangeiros e turistas. Enfim foi um grande achado aqui esta chica!

Hoje a noite foi nossa despedida final de Berlim, porque amanhã meio-dia pegamos o trem para Amsterdam. Quer dizer, minha despedida porque a Gabi volta para aqui no dia 25 de janeiro e fica ate o final de marco. Sorte dela que vai estar aqui no período do Festival de Cinema de Berlim, um dos mais importantes do mundo hoje. O que dá o Urso de Ouro. Vou embora com saudades desta cidade, mas volto, volto. Um dia volto. Gostei muito daqui, do povo, dos lugares, dos bares, dos cafés... Uma cidade muito humana!

Postado por Mazé Leite às 13:35


Segunda-feira, 12 de Janeiro de 2009


Chegamos ontem as 5 da tarde de Varsóvia, de novo em Berlim. Fiquei feliz de voltar, num certo sentido parecia um pouco pra casa... É que o foco era alugar um quarto pra Gabi morar ate final de marco, apos 6 semanas de curso de Alemão na Universidade Técnica de Berlim.

O trem parou, como sempre, em Hauptbanhof e de lá pegamos um trem para a estação Zoologicher Garten e de lá um metro para Bundesplaty, para nos hospedar na mesma casa do mesmo Alemão da outra vez, que foi com nossa cara e só cobrou 10 euros por dia de cada uma, ou seja, 20 euros por dia. Muito bom!

Ontem ficamos sem computador aqui em casa e este foi emprestado por ele, um laptop com teclado Alemão, onde o Z e o Y estão fora de lugar. Mas bem melhor do que o teclado polonês que não funcionava direito porque estava cheio de restos de comida dentro hehe...É tão bom estar de volta a Berlim! Realmente esta cidade é muito acolhedora e como já passamos 5 dias aqui antes, tudo agora éum pouco familiar, já conhecemos os nomes de algumas estações.

Hoje cedo fui de novo no supermercado comprar coisas pro café da manhã e a mocinha do caixa me cumprimentou em Alemão. Não entendi a línguagem, claro, mas a gentileza, e respondi com o danke schön de sempre.

Ontem a noite jantamos num restaurante grego aqui do lado da casa, na Bundesplatz, muito bom. E hoje cedo fomos para a internet procurar quartos pra Gabi. Mas já achamos, perto da estação Hermannstrasse, não lembro agora o nome da rua. Mas é um lugar legal, a dona é uma moça super simpática e muito acolhedora. Fomos numa hiperloja tipo a Tokstok de SP, mas MUITO barata!!! Comprar uma arara para pendurar roupas, uma mesinha vermelha linda, caixas para guardar coisas. Gabi já estará bem instalada. Amanhã vamos de novo para lá arrumar o quarto e deixar tudo pronto pra quando ela vier dia 25 de janeiro. Na quarta próxima ao meio dia pegamos o trem para Amsterdam, meu último destino antes de voltar ao Brasil, que já é na sexta...Soubemos que houve manifestação aqui em Berlim a favor dos palestinos e contra a ofensiva israelense... Que bom!

Quanto ao frio... continua forte, mas hoje ate comemoramos porque estava "só" -3 graus!!! Por incrível que pareça isso fez uma grande diferença! E parece que ate o fim da semana vai estar por volta do zero grau, o que é ótimo! Mas a Vicky (que alugou o quarto pra Gabi) nos falou que o povo alemão comemorou a neve este ano porque faziam dois invernos já que não nevava nada! E eles gostam de sair para esquiar... ou seja se divertem também com este friiiiioooooo!!!!Numa estação (Ostbanhof) do lado oriental da cidade, perto do Muro, descobrimos uma loja que vende roupas demais de baratas!!! Compramos blusas bonitas e boas por 3 euros!!! E a Gabi comprou um casaco bem quente para este frio, por 9 euros! Ou seja, da pra se viver bem aqui na boa! Moveis são muito baratos e existem lojinhas de coisas usadas (de roupas a moveis e coisas de casa) que da simplesmente para montar uma casa completa por uma pechincha! Essas lojas no Brasil são carésimas! Aqui você compra sofá quase novo e super bom e bonito por 20 euros, por exemplo! Um secador de cabelo seminovo funcionando por 3 euros. Tacas e copos de cristal bem bonitos, pratos, panelas, micro-ondas, TV, computador, bolsa... uma delicia ver essas lojinhas. Da uma vontade de comprar umas coisinhas, mas nem pensar pq não estou aqui pra isso e nem tem como levar... Enfim... só observações para dizer que ha como viver bem em Berlim sem gastar muito. Também se come bem pagando pouco. Perto da casa berlinense da Gabi, por exemplo, tem vários restaurantes turcos, chineses, e outros e vimos um italiano onde se come uma boa pasta por 4 euros! E os pães aqui são deliciosos também. Enfim... viva Berlim!

Amanhã é meu ultimo dia aqui e vou sentir saudades destas ruas, deste povo simpático e gentil, das inúmeras estações de trem e metro... mas o Brasil me chama e também sinto saudades...Já tirei mais de 700 fotos de toda a viagem, mas só vou colocar quando chegar em casa em SP porque isso vai ser uma operação demorada. Estará no meu Picasa: http://picasaweb.google.com/Mazé LeiteSP

Gutten nacht!

Postado por Mazé Leite às 13:11 0 comentários


Sábado, 10 de Janeiro de 2009


Uma pausa para um protesto pessoal aqui em Varsóvia...Passamos o dia hoje do lado velho da cidade vendo o que sobrou dos bombardeios Alemães na época da segunda guerra. A parte velha da cidade é linda e quando pensamos que esta cidade foi 80% destruída pelos nazistas ficamos com muita pena... Mas...

No final de 2008, ha 3 semanas no máximo, o governo israelense resolveu iniciar um bombardeio contra os palestinos da Faixa de Gaza... Mais de 800 palestinos foram mortos ate agora, dos quais mais de 200 crianças...Humanidade... que não aprende com os erros...

Bom, mas estávamos voltando do lado antigo de Varsóvia, depois de um dia conhecendo lugares lindos e comendo comida polonesa boa e barata, quando vimos um grupo de pessoas iniciando uma manifestação... Oba! Fomos ver. Quando chegamos perto, deu vontade de vomitar... Era uma meia dúzia de pessoas portando bandeiras de Israel e apoiando os ataques "contra o hamas" mas que na verdade esta' matando dezenas de civis palestinos.... Sai de perto porque não dava para suportar isso. Os poloneses mais do que ninguém sabem o que é ser vitima de bombardeios, e ver sua cidade ser destruída e sua população morta é coisa que deixa marcas. Então como essa meia dúzia tem coragem de NESTA cidade se manifestar em apoio a um ataque tão horrível quanto o que Israel está desfechando contra o povo palestino? Hoje mesmo a ONU deu uma nota acusando Israel de estar cometendo crimes de guerra nesta operação... Mas... Deixa pra lá... Era só um desabafo.

Seguimos para Berlim.

Postado por Mazé Leite às 08:46 0 comentários


Ontem de novo saímos no frio e na neve para andar pela cidade e conhecer os lugares. Varsóvia é uma cidade alegre, ruas largas, cafés muito legais, onde se toma café e chá ou se comem doces ao lado de prateleiras cheias de livros. Antes de ontem fomos num bar muito legal, onde se bebe e se come em pé, mas o publico que frequenta parece ser muito legal. Como é perto da universidade, havia muita gente com cara de estudante e de professor... Bebemos cerveja polonesa e depois de umas 3 começamos a cantar as musicas de Chico Buarque, as que sabíamos de cor, eu e a Gabi. Lá pela meia noite, enfrentamos o frio de -7 graus lá fora e fomos para o hotel quentinho.... Cantando mais Chico Buarque, pelas ruas cheias de neve...Hoje fomos conhecer uma parte da cidade que sobrou da época do socialismo, os palácios dos trabalhadores. Conjuntos habitacionais bem imponentes, com esculturas de trabalhadores nas fachadas... Os operários e o povo aqui morava bem na época do socialismo. Fomos almoçar num restaurante russo e tomamos cerveja da Ucrânia. Comida diferente, mas boa. Cerveja, ótima! Alias cerveja aqui por esses países são todas muito gostosas. O povo aqui é simpático e educado. Falam essa língua estranha que é o polonês cheio de kesh keshs kshshs... Quase ninguém por aqui fala inglês, mas a gente se vira com sinais quando precisa. E da tudo certo. Amanhã pegamos o trem de volta a Berlim. Mas hoje ainda temos um dia inteiro pela frente e vamos andar.

Postado por Mazé Leite às 01:33 0 comentários


Quinta-feira, 8 de Janeiro de 2009


Segundo dia aqui em Varsóvia. O teclado do computador aqui é em polonês, Além disso esta' cheio de comida de hospedes e não tem barra de espaço direito... Além de não ter acento brasileiro nenhum! Então se algo soar esquisito não é culpa minha, mas deste teclado doido...Acabamos de chegar no hotel, eu e a Gabi e já são quase meia noite. Passamos o dia fora, conhecendo a cidade, que é linda! Quer dizer, é uma cidade alto astral, mesmo depois de ter sido destruída 80% depois da segunda guerra... As pessoas são um pouco tristes, mas são simpáticas e educadas. Ontem quando chegamos numa temperatura de -7 graus as 19hs, perdidas, apareceram 3 poloneses simpáticos que praticamente nos levaram ate a porta do hotel, o Helvetia. E hoje varias vezes vimos que mesmo sem falar inglês eles tentam nos ajudar.

Passeamos muito hoje, por Varsóvia. Frio? Muuuuuito frio! Mas agora de noite fomos a um bar polonês e a cerveja nos esquentou um pouco.... Além do que cantamos tudo o que sabíamos de Chico Buarque... nas ruas de Varsóvia....eu e a Gabi...E tudo é lindo... A vida é boa! O teclado daqui do hotel é que não é nada bom....

Saímos hoje ao meio dia de Berlim, de trem, para Varsóvia, Polônia. A temperatura lá fora do trem era de -7 graus!!!!! Mas dentro estava quentinho. A neve cobria tudo e a paisagem parecia de sonho as vezes...Chegamos aqui `as 19h00, e viemos direto para o Hostel. Não da nem pra pensar em sair lá fora esta noite. Tudo coberto de neve e gelado.... Mas amanhã vamos conhecer vários lugares legais e já deu pra ver que esta cidade é muito bonita!

Postado por Mazé Leite às 12:58 0 comentários

Terça-feira, 6 de Janeiro de 2009


Depois de 24 hs caindo neve sem parar, ontem e hoje amanheceram dias lindos de sol! Eba! Mas a temperatura? Sete graus abaixo de zero!!!! E o sol deste lado da terra nesta época do ano nunca vai a pino! Ou seja, o sol nunca sai de uma inclinação de 45 graus. Parece que está sempre ou amanhecendo ou anoitecendo por aqui. Nunca é meio dia! E a neve não derrete, mesmo com o sol. As calcadas e ruas ficam brancas ou marcadas pelos passos das pessoas e dos carros e a neve vai virando gelo e misturando com a terra e tudo isso fica muito feio no fim do dia, lamacento e sujo. Mas diferente... bonito de qualquer jeito.

Ontem a Giovana foi embora de trem pra Amsterdam. Ficamos eu e a Gabi e fomos caminhar por Alexanderplatz, conhecer um pouco mais por lá pela região mais central desta cidade tão bonita! Umas quatro da tarde a noite chega e o frio piora, sendo quase impossível caminhar pelas ruas. O nariz, a única coisa que fica de fora, parece que vai virar uma pedra. Escorre água do nariz e dos olhos. Entramos em algum lugar só para nos aquecer um pouco e seguir andando. Mas almoçamos num lugar bacana, quentinho.

Depois de entrar e sair de lugar quentinho pro gelado da rua, resolvemos ir para o Zoologischer Garten de novo e pegar de novo a linha 100 que vai dar um giro pela cidade. Mas descemos no Reischtag, a sede do governo Alemão, a sede histórica, desde o final do século 19, passando por Hitler e tudo o mais. Tiramos umas fotos, entramos, os guardas nos revistaram até os casacos e os gorros e nós subimos uma espécie de escada espiral até o alto aonde tem uma claraboia aberta, nevada e gelada, mas a paisagem de Berlim em 360 graus é muito bonita! Pena que são cinco da tarde e aqui é noite... Mas nos sentimos bem vendo de perto o lugar para onde muitas vezes os olhos da humanidade convergiram. Vimos uma foto dos soldados soviéticos comemorando a tomada do Reischtag e o fim do nazismo. E vimos uma foto do Reischtag quase destruído por um bombardeio das forcas aliadas inglesas. Impressionante como o povo Alemão conseguiu reconstruir o Reischtag e ficou tão perfeito o prédio!

Saímos do Reischtag descendo as mesmas escadarias que tantos desceram antes de nós, em frente a uma área livre gigantesca que eu só conhecia dos documentários sobre a época da guerra, quando Hitler, do alto, berrava suas ameaças para milhares de alemães nesta praça...Fomos para casa, em Bundesplatz... nosso quarto quentinho...E hoje temos um longo dia pela frente. Volto.

Postado por Mazé Leite às 02:25 0 comentários

Domingo, 4 de Janeiro de 2009


Faz 24 horas que neva sem parar aqui em Berlim. Uma neve fininha, úmida, que derrete um pouco ao cair no chão. Mas nos lugares onde não ha muito movimento de pedestres ou carros ela vai se acumulando e virando gelo.

Hoje de manhã saí na rua em busca de uma padaria aberta aqui nas redondezas de Bundesplatz e encontrei a mesma velhinha de ontem, empurrando um carrinho e caminhando pela rua gelada, com a neve caindo sobre nós. Mas não encontrei padaria aberta e voltei para casa. Na volta passei por um carrinho desses que vão limpando a neve das calçadas para os pedestres passarem em segurança. Em alguns lugares onde a neve vira placas de gelo fica muito liso e o perigo de cair é grande.

Os Alemães são um povo muito simpático e atencioso. Hoje no metrô uma velhinha sentada ao nosso lado se divertia um pouco com nossa conversa em outra língua e quando chegou a hora dela descer na estação segurou suavemente meu braço, deu um sorriso e passou falando alguma coisa em alemão...Fomos ao Muro de Berlim.

Um muro de uns 3 metros de altura feito de blocos de concreto super reforçado montados sobrepostos uns sobre os outros. Ainda restam uns 2 km de muro em pé. Ele está todo coberto de grafites e pixações, dos dois lados. Do lado oriental de Berlim, almoçamos, andamos um pouco e resolvemos voltar para a Zoologischer Garten, pegar de novo a linha 100 e ir para algum museu, porque simplesmente não dava para andar na rua, com a neve caindo sem parar e um frio muito grande. Claro que estamos bem agasalhadas sempre, mas sempre resta o nariz e as bochechas de fora, queimando. Se paramos muito tempo no mesmo lugar os pés também começam a esfriar, Então a melhor coisa é alternar os passeios entrando em lugares quentinhos.

Jantamos num restaurante tailandês e comi arroz pela primeira vez desde que cheguei na Europa. Delícia! A nevasca aumentou ainda mais, os flocos iam caindo com força.

Entramos no metro em direção a Bundesplatz, nossa casa aqui. O metrô daqui é bem simples e a cidade bem sinalizada, fica fácil de nos movimentar mesmo sem dominar o alemão. A Gabi tem se virado bem com o básico de alemão que ela teve ano passado na USP. E eu e a Giovana pelo menos sabemos agradecer em alemão. Danke schön!Guttn nacht! (Boa noite)

Postado por Mazé Leite às 14:16 0 comentários

Sábado, 3 de Janeiro de 2009


Viemos dois dias antes para Berlim porque descobrimos em Paris que todos os meios de transporte para Berlim estavam lotados até o dia 3, hoje. Então teríamos que ficar mais tempo lá e menos tempo aqui do que prevíamos. A solução foi pegar um ônibus na noite do dia 1 em direção a Frankfurt, 8 horas de viagem.

Os ônibus da Eurolines são muito desconfortáveis, cadeiras apertadas, sem divisão entre as duas, o que te obriga a viajar encostado no estranho do lado, que no meu caso era um indiano. Mas tudo bem, ele ficou na dele, dormindo todo o tempo. E eu na minha, dormindo quase todo o tempo. A Gabi e a Giovana ficaram juntas mais para trás do ônibus lotado de estrangeiros de muitas línguas. Todos indo, como nós, para Frankfurt.

Chegamos em Frankfurt uma hora antes do previsto, às 5 da manhã. O ônibus parou do lado da estação central, na rua mesmo, que é assim que funciona por aqui. Nada de rodoviária. A não ser na Gare Gallieni de Paris. Pelo que vimos, Frankfurt é linda. Pode ser conhecida em outra ocasião. Mas o frio estava muito grande e descobrimos que só podíamos continuar a viagem para Berlim por trem, que só iria sair às 8h07. Fomos tomar um café no único lugar aberto na estação, o McDonald. Um café ruim, mas estávamos sentadas confortavelmente e num lugar com aquecimento. Dava para esperar o trem.

Trem. DB BAHN. Primeiro, em direção a Weimar, uma cidade entre Frankfurt e Berlim. No caminho, a neve começava a aparecer, de pouquinho e na medida que a viagem prosseguia tudo ia ficando mais branco. Os campos que eram verdes, a pouca neve que os cobria dava tonalidades verdes de tons pasteis, bonito.

Passamos por pequenas cidadezinhas alemãs que mais pareciam sonho... de tão lindas! Aqueles telhados compridos, casas bonitas. Tudo muito bonito.

Em Weimar, Saímos de um trem e entramos noutro para Berlim. Nós e nossas malas. Chegamos em Berlim às 13h15 e a cidade estava coberta de neve. Está nevando aqui todos os dias desde o dia primeiro de janeiro. Tinha visto nevar um pouco em Paris, quando fomos ao Louvre. Mas foi uma nevasca rápida, nem pintou o chão de branco. Mas tudo estava congelando por lá, pedaços de gelo pelas calçadas, pelos jardins, pelas piscinas publicas...

Em Berlim, conhecemos a Esperanza, que nos levou à casa de um alemão, o Norbert, que está nos hospedando a 15 euros por dia. Um bom lugar, bom quarto, bom aquecimento. Ontem de noite, depois que descansamos um pouco aqui, fomos encontrar a Carol, amiga da Gabi que está aqui em Berlim com o namorado. Fomos num barzinho no bairro turco, onde voltamos hoje. Um barzinho muito legal, o dono adora pichação Então ele é pichado por dentro e a decoração é feita com moveis que ele deve ter encontrado largados por aí, mas é de muito bom gosto. Me lembrou um pouco o ambiente do bar Catedral, de Buenos Aires. A cerveja é muito boa, artesanal, meio fosca, deliciosa. Tomamos na temperatura ambiente.

Hoje dormimos até tarde para recuperar o cansaço e só Saímos depois das 14h. A Gabi pegou uma gripe e estava com um pouco de febre, Então por isso também demos um tempo. Mas ela está bem agora.

Pegamos o metro na estação Bundesplatz onde estamos ate a estação Zoogarten para pegar o BUS 100 que dá a volta na cidade, um tipo de ônibus de turismo. Muito bom para esses dias gelados, porque conseguimos ter uma visão da cidade sem precisar sair no frio e no vento gelado. Descemos um pouco em Alexanderplatz. Passamos pelo Reichtag, pelo Portão de Bradenbourg, por alguns museus.... Berlim é uma cidade linda! O povo Alemão, pelo que vi ate agora, é muito atencioso e educado. Os franceses são mais grosseiros, empurram a gente o tempo todo nos metros e nas ruas, quando ha multidão... Aqui eles dão e pedem licença...

Hoje de manhã fui num supermercado aqui comprar coisas pro nosso café da manhã. Aqui é mais barato que Paris. Tem muitos queijos e pães que parecem deliciosos. Comprei uns pães, queijos, leite, outras coisas e entrei na fila do caixa, junto com os Alemães. Mas como os números são iguais em todo canto, nem precisei me preocupar em entender ou ser entendida. Paguei e agradeci: danke! (obrigada!)

Depois do passeio no ônibus da linha 100 e 200, fomos de novo para o barzinho de ontem encontrar a Carol. Tomamos uma cerveja cada e fomos para o outro lado da rua onde uns turcos vendem kebabs. Comemos um cada. Lá fora, começou a nevar muito forte. E assim está até agora, as ruas branquinhas, os carros cobertos de neve, os galhos das arvores segurando os bocados de neve que caem do céu. A previsão do tempo diz que na segunda teremos aqui 13 graus abaixo de zero!!!

Amanhã a programação é ir até o Muro, o que caiu e separava Berlim em duas. O Muro de Berlim foi derrubado em novembro de 1989, fazem 20 anos quase. Depois iremos a algum museu. E andar o que for possível com este frio. O dia aqui amanhece às 8h30 e quando dá 17h00 o céu já está completamente escuro como se fosse dez da noite! Isso nos confunde muito! E temos menos luz sempre. Minhas fotos de Amsterdam, Paris e Berlim estão meio a meio entre luz e noite. Porque a noite aqui chega às 4 horas da tarde! É isso.
Continuamos...

Postado por Mazé Leite às 14:04

Sexta-feira, 2 de Janeiro de 2009


Amanhã prometo que escrevo com mais detalhes. Mas hoje chegamos em Berlim, viemos de trem de Frankfurt ate aqui e a neve está por toda parte. As ruas estão bem branquinhas e o frio imenso!

Postado por Mazé Leite às 12:24 0 comentários

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2008


Aujourd'hui é 31 de dezembro, estamos em Paris, casa do Matti, Montmartre, Paris.

De manhã fomos para a Galérie Lafaiette, centro de compras mais famoso de Paris. Meio cansativo... mas valeu ter conhecido só pra dizer que realmente não vale muito a pena... tudo muito caro e templo consumista que não é pro meu gosto... Prefiro a feirinha dos africanos em Montmartre, que nem vimos, só de longe... Ou a feirinha meio de escambo da Place d'Italie que não iremos porque só acontece aos domingos. Pechinchas.... Que vão ficar para outra vez...

Saímos de lá e fomos para o Louvre. Lindo prédio, lindas fotos tiramos. Mas nem entramos porque havia uma fila para duas horas sob um frio de zero grau... Concordamos que pode ficar para outra vez... E mesmo no frio rodeamos o Museu, andamos muito em volta, fotografei esculturas de artistas famosos pelo Jardin des Tulleries... Paramos num quiosque e eu matei minha vontade de comer waffles com chocolate. A Gabi e a Gi comeram um super hot-dog, mas a salsicha era fria, mesmo que gostosa. Muitas fotos. Subimos a Champs Elysée, linda, colorida, iluminada. Paramos num café, como sempre, com a intenção mais de nos aquecer do que de tomar café. As fontes publicas estão todas congeladas, gelo pra todo lado. Meus pés doíam de frio. Se nós parávamos em algum lugar por mais tempo eu ia perdendo a sensibilidade dos dedos e parecia que tudo ia congelando de baixo para cima... Eu ia virar estátua, que nem a do Beijo de Rodin, que fotografei...

Mais fotos na Champs Elysée. Muitas fotos. Até chegar ao metrô e ir embora para casa, depois de passar por um lugar e comprar pão e vinho para comemorar nosso reveillon parisiense. O mais complicado aqui é tomar banho. Por isso entendemos porque os europeus não tomam muito banho. Primeiro porque o frio é terrível. Segundo porque você só tem uns dez minutos para tomar banho, lavar o cabelo com shampoo e condicionador sem dar espaço para outra pessoa.

O pior é que o frio maior ainda não veio. Hoje saiu uma réstea de sol aqui no ceu de Paris e não choveu, o que já é ótimo. Mas como vamos para Berlim e para o leste europeu, ainda mais frio nos espera. Vamos ver....

Paris foi invadida pelo mundo. Andamos cem metros e ouvimos línguas de todos os jeitos... Tudo o que é possível nesta Babel chamada Terra. De vez em quando ouvimos falas brasileiras. E muitas outras de todos os cantos do mundo...Ontem no metrô, do nosso lado, um artista desenhava rostos de viajantes do metrô. Um homem com o violino entrou num outro vagão de uma outra linha, pedindo uma grana, artista. Noutra estação um músico tocava um instrumento feito de madeira e tirava sons lindos dele... Paris... Paris... O mundo. Mendigos e artistas. Músicos e estátuas vivas. Poetas e desenhistas. O mundo cabe aqui.

Quando chegamos em Montmartre, sentimos já uma sensaçãozinha de estar em casa... Compramos nosso pães numa padaria ainda aberta e fomos atendidas por uma senhorinha francesa muito simpática que nos desejou des bonnes fêtes... Passamos numa espécie de mercearia do lado de casa e compramos vinho, bons vinhos por 3 euros cada, compramos três. E mais um espumante para ser estourado lá em cima em Sacre Coeur aonde vamos quando estiver perto da meia noite. Nossa ceia de reveillon também foi um bom macarrao, com paté de atum, pão e vinho... E viva a vida! E viva 2009 que será um ano muito bom para todos nós! E para todos vocês!

Postado por Mazé Leite às 13:04

Terça-feira, 30 de Dezembro de 2008


Hoje o dia rendeu. Acordamos mais cedo hoje. Ontem estávamos cansadas e o dia só começou de verdade ao meio-dia. Hoje começou as 10h, está otimo para quem está se levantando numa temperatura de zero grau! Tomamos café aqui na casa (studio) do Matti, amigo finlandês, em Montmartre, Paris, ao lado da igreja de Sacré Coeur. Saímos, subindo as escadarias de sempre e depois descendo em direção à estação Anvers do Metro. Ou da estação Chateau Rouge.

Fomos para a Tour Eiffel. O dia amanheceu chovendo, um tipo de garoa um pouco mais forte. Mas como também fazia muito frio, nos molhar era a coisa que menos desejávamos. Quando Saímos do metro e avistamos a Torre Eiffel, havia uma multidão encarando a chuva e o vento frio, como nós. Passeamos um pouco ao redor da Torre, tiramos fotos, observamos as centenas de pessoas em volta, em fila, tirando fotos, conversando, pessoas de varias nacionalidades, Além de nós brasileiras. Babel. A Torre é imensa. Maior do que podia imaginar. O frio também era grande, tudo congelando. O chão, que estava molhado, com o frio a água ia virando gelo, ficava perigoso. Precisávamos pisar com cuidado pra não escorregar.

Depois das fotos da Torre Eiffel, como o frio era muito grande, antecipamos nossa visita ao Palais de Tokyo. Na subida da escadaria de pedra do Palais, mais cuidado, porque agora tinha gelo de verdade no chão. Entramos no museu, um museu ligado à arte moderna de Paris, mas não só dos franceses. Eles abrem espaço para todos os artistas que valham a pena. Neste fim de ano o convidado era um artista plástico inglês, não lembro o nome. Tinham algumas salas dedicadas a arte russa moderna, do começo do século XX. Por exemplo, um espaço dedicado a musica eletrônica que se praticava na Rússia naquela época.

Um instrumento chamado Theremin, nome do inventor, tirava sons monocórdicos e avançados para o gosto da época. Também tinha desenhos animados daquela época. E numa sala o que me chamou a atenção foi uma frase de Marx, aquela que resumindo diz que tudo o que é sólido desmancha no ar... Mas no que interessa da exposição era o seguinte: que o capitalismo transforma tudo em mercadoria e isso não tem de verdade um valor maior do que fumaça, que se esvai. Bom, enfim... je suis à Paris et vive lá France revolutionaire de tous les temps. Et je suis revolutionaire aussi!

Enquanto estávamos no Palais de Tokyo, vimos que caia neve lá fora. Uma neve tímida ainda, mas os pequenos flocos caiam dançando do céu, empurradas por um vento gelado. Quando Saímos na rua, a neve tinha parado de cair, mas o chão escorregava mais. Não tanto, porque aqui se joga areia nas calçadas, ou sal, para evitar os escorregões....Com esse frio, acabamos indo em direção au Quartier Latin. Bateu uma fome. Entramos numa brasserie e pedimos uns sanduiches, com bebida e patissérie. Comi um brownie. As meninas pediram muffins, de chocolate. O dono era um chinês simpático e me ajudava no meu francês titubeante. Fizemos hora lá, pra dar um tempo do frio lá de fora. Depois fomos em direção à Notredame, ali do lado, logo atrás de nós. A igreja mais linda que já vi, com certeza. Notredame é no mínimo impressionante! A arquitetura é fantástica e o conjunto todo impressiona. Além da história de Notredame, uma história de mais de 700 anos. Fotos. Muitas fotos. Uma fila gigantesca de turistas de varias línguas nesta Babel francesa de final de 2008 nos assustou um pouco, mas resolvemos arriscar porque se o exterior era essa maravilha toda, interiormente não deveria ser diferente. Entramos na fila, que nem demorou muito a andar e logo estávamos dentro de Notredame, protegidas pelo aquecimento interno confortável e pela beleza imensa dessa igreja tão incrível! Até deu para tirar as luvas e o cachecol. Também tirei meu chapéu vermelho, em respeito a Notre Dame de Paris... Rezei um pouco, pedidos, agradecimentos. Caminhamos na direção anti-horário, seguindo o fluxo da multidão. Tudo muito incrível. Bateu uma emoção muito forte. Era muito tocante estar ali dentro dessa igreja tantas vezes lida, sonhada, desejada... et je suis ici! Agradeci. Lágrimas nos olhos, lembrei de algumas pessoas, pedi por elas. Um cheiro de incenso muito bom se mesclava aos sons do carrilhão de sinos de toneladas e ao órgão que começava a ser tocado. Tocando minha alma... Notredame.... Notredame... Notredame... Merci! Merci! Lá dentro pela primeira vez me bateu uma saudade forte, como bateu o sino da igreja. Saudades... do meu amor.

Ao sair de lá, au borde de lá Seine, caminhamos em direção à Pont Neuf dos meus sonhos aussi! Descemos para a beira do Sena mesmo, vendo a cidade que se criava nas duas margens. Fotos, muitas fotos. Anoiteceu. Um frio imenso, abaixo de zero, frio, frio. Mas a felicidade aquecia minha alma au borde de lá Seine. Até a Pont Neuf. Contemplando as margens e a arquitetura da Ponte, Saímos em direção ao Marais. Mas o frio.... o frio.... o frio.... Uns 3 graus abaixo de zero, os dedos dos pés doem, o nariz parece ter perdido a sensibilidade... Melhor ir embora, passar na Boulangerie, comprar umas baguetes, vinho e queijo e ir pra casa em Montmartre. Que o aquecimento interno deve ter deixado bem quentinha.... Amanhã ainda temos mais o que fazer... O frio hoje foi mais uma vez imenso. As fontes dos jardins públicos estão todas congeladas. Vimos a neve cair devagarzinho, mas desejamos neve mais forte, de verdade. E amanhã é o ultimo dia do ano. Tomara que não chova, porque do frio a gente aprende a se proteger.

29/12/08

Hoje acordamos tarde, cansadas de ontem, 8 horas de Amsterdam pra cá, num ônibus muito desconfortável. Mas o dia rendeu...Fomos no supermercado ED e compramos coisas para comer, mais barato do que comer fora. Queijos e vinhos aqui é incrível de barato! Brie!!!! Brie!!!! Um dos meus queijos preferidos aqui custa 2 euros meio kilo!!!! Voltamos, fizemos um macarrão com molho de tomate e fomos para a rua, depois de almoçar. Primeiro, subindo a Rue Muller em direção a Sacre Coeur, a famosa igreja de Montmartre. Tudo aqui é lindo, dá vontade de fotografar tudo o que vemos, pra guardar na memoria tudo tudo tudo! O que vemos e o que sentimos. Subimos as escadas em direção à igreja de Sacre Coeur, no alto. Muita muita gente, turistas de todo o mundo. Entramos na igreja, fizemos nossa circum-ambulação em volta para conhecê-la internamente. Não pudemos tirar fotos, mas vimos os lindos vitrais dessa igreja famosa do bairro de Montmartre. Saímos, depois que acendi uma vela fazendo uns pedidos e uns agradecimentos. Muitos turistas, difícil tirar fotos sem aparecer nelas dezenas de estranhos. Mas tudo bem, eu também devo ter sido uma estranha nas fotos de muitos. Um frio muito grande, por volta de zero grau! Todo mundo super agasalhado, apenas o nariz e olhos de fora. Alguns, nem o nariz...

A vista de Paris cá de cima não era das melhores, porque a luz nesta época do ano é ofuscada por uma neblina que cobre a cidade. Descemos a escadaria, a famosa escadaria, cenário de tantos filmes. Em direção ao Boulevard de Clichy. Passamos pelo Moulin Rouge, por estabelecimentos eróticos dos mais variados, Sex Shop, shows de sexo explicito com jeunes filles e resolvemos pegar um metro em direção ao Centre George Pompidou. O metro de Paris é uma longa teia de caminhos que ligam toda a cidade, tudo a tudo. No começo parece complicado, mas logo vemos que tudo faz um bom sentido. Nos leva aonde queremos. Da forma mais rápida e barata. Podemos comprar um pacote de 10 passes por 11,40 euros, que compensa.

No Pompidou, entramos numa longa fila, mas rápida. Para passar pelo segurança do Centre que dá uma olhada rápida dentro de nossas bolsas, mas é simpático e agradece com um "merci, madame"! O alivio é imediato dentro do Pompidou, porque lá fora era congelante. Passeamos um pouco, olhamos os objetos de design da lojinha, meio inúteis mas bonitos. Uma passada rápida na livraria sem comprar nada porque senão o dinheiro não chega até o leste europeu...

Saindo do Pompidou, fomos comer crepe, claro. De chocolate quentinho, vendido na esquina. Uns minutos a mais e tivemos que nos proteger dentro de um café, pedindo chocolate quente. O frio é muito grande. Temos que colocar muita roupa para aguentar, mais cachecóis, luvas e um chapéu, porque o frio entra por todos os lugares. Os dedos do pé doem, sem maior proteção. As aguas da fonte ao lado o Pompidou estão congelando.

Pegamos o metro de volta a Montmartre, compramos mais vinho, entramos em casa e bebemos para aquecer a alma e o corpo. E descansar, porque hoje o dia foi muito bom! Amanhã temos Torre Eiffel, Arco do Triunfo e Palais de Tokyo. Para começar!

Postado por Mazé Leite às 13:36

Domingo, 28 de Dezembro de 2008


Viajamos hoje desde as 7h30 da manhã até 15h30 de Amsterdam a Paris. Muito frio!!!! A paisagem era seca, queimada pelo frio, a neve começando a ocupar os espaços, os rios congelando... Um garotinho à minha frente ia repetindo: lá glace... lá glace... Lá glace (gelo em francês) tomava conta dos tetos dos carros e casas de telhado pontiagudo. E um frio dentro do ônibus, apesar do aquecedor interno.

Passamos por Roterdan, umas 10 pessoas entraram no ônibus. Depois em Bruxelas, capital da Bélgica, linda cidade, acabou de completar a lotação do ônibus. Uma pena porque nós estávamos ocupando cada uma duas cadeiras, eu, a Gabi e a Gi.

Chegamos em Paris e fomos pegar as chaves do apto do Matti no Boulevard Saint Michel, 87. Conversei em francês com Kirsi, a prima do Matti onde fomos buscar as chaves, pedi desculpas pelo meu francês muito ruim (ainda mais cansada e acabando de chegar de 8 hs de viagem), mas ela foi muito simpática e elogiou meu francês (acho que foi boazinha)... Enfim... fomos pra rua Muller, 19, em Montmartre, mas no caminho, entre as 3 baldeações de metro e RER eu fui roubada: alguém pegou minha carteira com meu cartão Visa, mas tudo bem já está bloqueado já. Se eu tive que pagar um pedágio para estar aqui, já paguei, pronto. Menos mau... Podia ter sido pior... Além de tudo, bom saber que roubos e assaltos também são comuns na Europa.

Postado por Mazé Leite às 12:47

Sábado, 27 de Dezembro de 2008


Ontem ao meio dia chegou a Giovana, amiga da Gabi. Veio do Brasil também, mas depois de passar uns dias com a gente ela vai para Londres, morar lá até julho.

Ontem de noite Saímos um pouco com a Gi. A Gabi já sabe andar direitinho por Amsterdam e foi nos guiando. Fomos ao Museu Van Gogh, cujas obras dele estão expostas lá. É um museu num prédio moderno, ao lado de um parque aonde tem shows de vez em quando. (desculpem a falta de acentos nas palavras, mas este teclado é holandês... rs)

Vi lá obras que me acompanham a vida ha muitos anos. Os Girassóis, Os comedores de Batata e tantos outros. Em outros tempos eu jamais imaginaria que um dia ia estar frente a frente com os originais dessas obras! Que lindo!

Depois do Museu, fomos caminhar um pouco pelo centro de novo, comemos Falafel (não sei se eh assim que se escreve, vou ver e depois corrijo). Uma espécie de sanduiche feito com pão árabe e os ingredientes são feitos de vegetais. Era quase 11h da noite e resolvemos ir embora porque a temperatura lá fora estava abaixo de zero e o frio cortava o rosto. Mas tudo é muito lindo aqui, a cidade parece de sonho, casas lindas, prédios lindos, os canais cheios de barquinhos, as ruas cheias de bicicletas estacionadas pra todo lado, porque aqui o povo usa muita bicicleta. O sistema de transporte publico é muito bom e aqui não se precisa de carro mesmo! Tudo funciona!

Postado por Mazé Leite às 00:12


Cheguei aqui dia 25 as 16h. A Gabi estava me esperando. O aeroporto de Amsterdam é enorme, parece mais um shopping center, cheio de lojas. Estrangeiros, que nem eu, e holandeses, chegando de todas as partes do mundo. A temperatura estava em 6 graus, ou seja, não muito gelada ainda. Na chegada de avião sobrevoando ainda a cidade, eu vi que parece uma cidade de brinquedo e as casinhos são lindas, vistas de cima também.

Pegamos minhas coisas, depois fomos em direção ao trem que pára no aeroporto e daí fizemos uma baldeação para o "tram", uma espécie de bondinho. Chegamos. Eu nem estava tão cansada porque dormi toda a viagem de Roma para cá e isso refez minhas energias.

Ainda Saímos de noite, para dar uma volta no centro e jantar uma comida típica holandesa: eu comi um salsichão acompanhado de batata cozida e amassada com um molho delicioso! Ainda fomos dar uma voltinha pelas ruas, mas a temperatura agora estava em -1 grau e o vento gelado doía no rosto. Fomos dormir.

Postado por Mazé Leite às 00:02

Quinta-feira, 25 de Dezembro de 2008

Cheguei hoje em Roma as 6h30. A temperatura em 8 graus, o céu nublado e o Papa a poucos metros. Mas eu vim a Roma e não vou ver o Papa hehehe  Mas lembrando o outro ditado que quem tem boca vai a Roma, cá estou eu! Postando do aeroporto Fiumicino num teclado que não tem acento... E aqui só si parla italiano e Io non parlo niente! As 13h embarco para Amsterdam, para encontrar a Gabi.